O Agile Challenges é um evento promovido pela AgileProcess, com o intuito de reunir grandes players da logística para apresentar e debater novidades e tendências do setor, além de conhecer as experiências de empresas e profissionais que são referências do mercado.
Em sua 4ª edição, o Agile Challenges contou com a presença de grandes marcas como DHL, Natura, General Mills, Amaro, GPA, iFood, Via e reuniu mais de dois mil participantes para falar sobre perspectivas do first e last mile, rede de entregadores, e-commerce, omnichannel, entregas rápidas e satisfação do consumidor.
Para quem não participou do evento (e aqui já fica o convite para o Agile Challenges 2022!) e quiser conferir um pouco do que foi discutido, e também para quem esteve com a gente e deseja relembrar os assuntos abordados, confira um resumo das palestras e painéis do Agile Challenges 2021!
Do first ao last mile: perspectiva e ação
A abertura do evento contou com a palestra do CEO da AgileProcess, Evilásio Garcia, que trouxe perspectivas do cenário da logística atual, principalmente para o transportador. Segundo Evilásio, muitos e-commerces e marketplaces mudaram a forma de se relacionar com o cliente final no pós-pandemia, e estão em busca de soluções que sejam hábeis e rápidas para atender a nova demanda.
“É preciso olhar para os novos concorrentes e para o rumo que o mercado está tomando. Grandes empresas estão apostando em logística e tecnologias para garantir a eficiência do serviço prestado e ganhar vantagem competitiva frente aos concorrentes. São muitos pontos que precisam da atenção do transportador”, comentou Garcia.
Para descomplicar a complexidade do novo normal, o CEO da AgileProcess discutiu sobre as novas tecnologias que têm surgido como crowdshipping, ship from store e same hour delivery. “São possibilidades de entregar o mais rápido possível para o cliente, em busca de entregar em mais volume, reduzir custos e aumentar a margem de lucro”, ressaltou.
Como orquestrar redes de entregadores, demandas de várias origens e uma experiência ao consumidor perfeita?
A segunda palestra do Agile Challenges aconteceu diretamente dos Estados Unidos, com Nabil Malouli, VP de E-commerce da DHL. Nabil apresentou pontos de melhorias para a rede de entregadores, o impacto das tecnologias para o consumidor e alguns insights da China, Estados Unidos e outros lugares do mundo e o que esses países estão fazendo de sucesso.
Com a complexidade dos processos, Nabil aponta que em alguns países há uma “uberização” (modelo Uber) da mobilidade e também comentou benefícios em modalidades de entrega como o crowdshipping. “É um modelo flexível para a empresa, não tem gastos com funcionários fixos ou estrutura física. Tem potencial para se estabelecer, mas depende das regulamentações e do tratamento dos funcionários, o gerenciamento do motorista”, resumiu.
Para finalizar, falou sobre os desafios para a entrega rápida. “O desafio é muito grande não só no Brasil, as pessoas tendem a pensar que o Brasil está muito atrás, mas não é o caso. O Brasil tem muitas dimensões diferentes, têm muitos países tentando esses modelos novos e tem países mais a frente que os outros, como a China. Se quiser entender sobre entregas rápidas, não é nos Estados Unidos que você vai conseguir, é na China”, salientou.
Crescimento do e-commerce e a satisfação do consumidor: chegou a hora de investir em omnichannel?
O primeiro painel do dia contou com a presença de Nestor Felpi, da Natura, Mauro Friedrich, da Arezzo&Co e Fernando Gasparini, da Via, abordando o avanço do omnichannel e o crescimento do e-commerce. Os painelistas discutiram os desafios em conectar todos os canais da empresa com a logística, a adaptação do setor para suprir o imediatismo do consumidor, a experiência de entrega e a visibilidade em tempo real das informações.
Essa visibilidade das entregas diminui a ansiedade do cliente sobre a chegada da encomenda e diminui o trabalho do SAC. “De maneira geral, os clientes se tornaram mais ansiosos do que já eram. E essa ansiedade faz eles acionarem mais canais ao mesmo tempo, para receber rápido, entregar no próximo dia, o quanto antes”, salientou Mauro.
Quais as necessidades do e-commerce no first mile?
Para falar sobre as necessidades do e-commerce no first mile, Gustavo Castilho, da AMARO, trouxe para a conversa o que é o conceito e a importância o first mile para os negócios, a mudança na logística pós-pandemia e soluções e dicas para entender como o first mile pode fazer diferença no negócio.
Os pilares do first mile são aquisição e estoque, sortimento e imprevisibilidade e agilidade no abastecimento. Para aplicar alternativas para melhorar o processo, Gustavo comentou a importância de fazer um diagnóstico do negócio e entender como está a demanda, os custos, fornecedores, as tecnologias necessárias para automatizar os processos. “Não é que agora estamos falando de coisas tecnológicas que o básico não funciona. O básico funciona super bem. A grande questão aqui é que a velocidade de mudança é muito maior, então modelos tradicionais precisam ser repensados para que consigam acompanhar essa mudança”, expôs.
Para finalizar, Gustavo apontou que não existe uma fórmula mágica, é importante testar e ver o que funciona. “O segredo não é ‘façam dessa forma’, é muito mais entender dentro de casa, entender fora de casa – no cliente, e então fazer um match nesse sentido até dar certo”, finalizou ele.
Por que devemos falar de integração quando pensamos em boas entregas?
O segundo painel contou com a presença de Paula Proença, da General Mills, Edgard Liberali Filho, da LSR Consultoria e Wellington Monteiro, da Riachuelo. Os painelistas abordaram assuntos como processos internos, que são fundamentais para sustentar tecnologias dentro de uma organização e tornar a logística mais eficiente e a integração dos processos para gerar boas entregas.
Para Edgard, “a tecnologia é um processo sincronizado: pessoas, processos e tecnologia. E esse é o maior desafio: pessoas revendo processos que se adaptem em uma tecnologia que venha para sustentar o negócio”. A partir disso, os painelistas trataram de pontos de melhoria na integração dos processos nos diferentes setores em que atuam.
Paula comentou sobre a complexidade e o desafio de integrar não apenas tecnologias, mas também todos os negócios em um número grande de transportadores ao mesmo tempo. “As integrações existem para melhorar os processos internos, tirar as pessoas do operacional e focar mais no analítico, facilitar as tomadas de decisões para otimizar as entregas”, finalizou.
Qual a importância da logística para o setor supermercadista no pós-pandemia?
Marcelo Arantes, do GPA, trouxe suas experiências sobre hábitos do consumidor e a transformação do setor supermercadista que por muitos anos foi tradicional e agora, no contexto pós-pandemia, se viu obrigado a atualizar seus processos. Os consumidores estão mudando muito rapidamente a forma como eles se relacionam com o produto, a marca e o serviço que eles compram, e para Marcelo, o futuro ainda é incerto.
Arantes também comentou sobre a entrega expressa, que para ele já é uma realidade. “Existem limitações, mas efetivamente isto será cada vez mais um diferencial na corrida para ter um espaço no celular da pessoa, conquistar o celular do cliente.” Sobre o futuro do supermercado, ele aponta que a loja física não irá acabar, têm a sua importância, mas quem está utilizando o canal online, está gostando e tende a permanecer assim.
Para finalizar, ele salientou que o principal desafio para a digitalização do setor supermercadista no cenário atual é a infraestrutura. “O varejo teve sua expansão entre 2004-2014 e muitos varejistas não se preocuparam com a atualização da infraestrutura tecnológica de seus negócios e isso precisa ser garantido agora”, completou.
Informações em tempo real e o impacto na satisfação do consumidor
O próximo painel do Agile Challenges contou com a presença de Jonatan Benkendorf, da Copapel, Felipe Barbi, da Qualidoc e Ricardo Ramos, do Carrefour, para falar sobre a visibilidade em tempo real das informações, mudanças no comportamento das entregas nos últimos anos e o impacto na satisfação do consumidor.
Segundo um relatório do Gartner, empresa de consultoria especialista em tecnologia da informação, até 2023, 50% das empresas líderes globais terão investido em soluções de visibilidade em tempo real para atender as demandas dos consumidores, e isso pode gerar uma economia de até 20% com custos, além de acelerar o processo de transporte em até 5%. Para os painelistas, a visibilidade é um processo fundamental, uma vez que a falta de comunicação e de informações pode tornar os processos mais lentos e incertos.
A corrida para a entrega rápida: o que é preciso para atender as expectativas dos consumidores?
E para encerrar os painéis do Agile Challenges 2021, Mariam Topeshashvili, da Rappi, Marcel Alonso, do iFood e Adriano Costenaro, da Delivery Much, se reuniram para comentar sobre temas atuais e importantes para a logística: same hour e same day delivery. Os três grandes representantes de delivery do país trouxeram pontos de melhoria, destaques para aplicar em outros setores e estratégias e tecnologias necessárias para atender a demanda da logística e do consumidor.
Tempo e custo do frete são os maiores desafios para a entrega rápida e para se destacar no mercado, segundo Mariam. “Entender o que o consumidor precisa e qual o tempo hábil ideal para entregar aquele produto que você está se propondo a entregar. Além da questão do custo do frete. Como você faz para a conta fechar no fim, oferecendo algo a preço imbatível ao usuário?”, indagou.
Para uma oferta competitiva no mercado, Adriano destacou três pontos:
- Primeiro apostar na cultura customer centric: estudar e conhecer genuinamente o seu cliente e a partir daí direcionar suas ações para superar as expectativas do cliente em cada contato;
- Depois, tomar as decisões baseadas em análise de dados para entregar proposta de valor mais assertiva;
- E por último, conhecimento de mercado, que se torna um fator fundamental para a construção da proposta de valor.
Marcel completou sobre a importância dos processos e do físico para a entrega perfeita no online. “Não adianta querer entregar em 15 minutos se não tem os processos organizados, as ferramentas certas. O mundo físico precisa estar muito redondo para ter uma entrega perfeita no online e não prejudicar a experiência do cliente”, completou.
Trilhas paralelas
Além das palestras no palco principal, os participantes do Agile Challenges acompanharam também grandes nomes nas trilhas paralelas. A primeira aconteceu logo pela manhã, com João Cristofolini da Pegaki falando sobre PUDOs (Pick Up and Drop Off) e o futuro do e-commerce. João falou sobre os investimentos de grandes varejistas com o aumento do e-commerce e a transformação da loja física em centros de distribuição e pontos de retirada e coleta.
“A conexão de lojas físicas próprias com o próprio e-commerce seria a primeira onda que nós vimos nos últimos meses, últimos anos e estamos vendo em grande ênfase no mercado de e-commerce e para a próxima e segunda onda, estamos falando nos PUDOs, que nada mais é do que uma continuação do próprio modelo omnichannel”, afirmou Cristofolini.
Na parte da tarde, a segunda trilha paralela tratou sobre planejamento financeiro na logística, com Roberto Dias Duarte e José Adriano Vendemiatti da Omie. Os palestrantes trouxeram pontos sobre como a automatização de ferramentas, serviços e processos podem gerar lucros para o setor. Para as empresas que buscam começar a gestão financeira, os palestrantes apontam que é necessário começar do básico.
“Elas devem começar saindo do controle de planilhas, em papel e indo para um sistema de gestão que vai ajudar a empresa a se organizar, a colocar os seus processos à vista da gestão, de modo que você consiga a qualquer momento ter uma posição de qualquer informação, de vendas, de compras, de finanças, de saldos bancários e de futuro. Quando se fala em fluxo de caixa, tomada de decisão, é preciso ter a informação organizada e estruturada, sem o básico não é possível avançar”, aponta José Adriano Vendemiatti.
Em seguida, Stefan Rehm, da Intelipost, apresentou informações para realizar 100% das entregas na primeira tentativa, uma dor do transportador e dos embarcadores. As soluções, segundo Stefan, são baseadas em quatro pontos: previsão de entrega ajustada ao longo do dia, tracking em tempo real, In-flight changes: endereço – opção para o consumidor de mudar o endereço da entrega enquanto ela está acontecendo, e o uso de PUDOs e Lockers. Com o auxílio desses pontos, a entrega é garantida e a satisfação do consumidor também.
Após, Álisson Razoni, da DNA Vendas, abordou 4 estratégias para vender mais na logística. Ele provocou o telespectador para olhar para dentro de sua operação e entender como está a parte comercial hoje e a partir de então buscar oportunidades para vender mais. Em seguida, trouxe as quatro estratégias para explorar mais possibilidades. São elas:
- Processo: são as regras do jogo do negócio, que leva em consideração o comportamento do consumidor para mapear os processos com clareza;
- Gestão: os resultados são consequências do que é feito, por isso é importante acompanhar os processos e fazer a gestão a partir de indicadores e taxas de conversão de cada etapa;
- Tecnologia: a veia dos processos e da gestão para ter os indicadores corretos e fazer a gestão dos processos de forma rápida e assertiva;
- Pessoas: a célula da venda, com atendimento qualificado para que o cliente passe por todas as etapas do processo e passe o valor e diferenciais da empresa para o cliente, de forma a influenciá-lo a tomar decisões positivas.
E para finalizar as trilhas paralelas do Agile Challenges, Fernando Zingler, do IPTC – Instituto Paulista do Transporte de Cargas, trouxe as profissões da logística do futuro, abordando informações como as prioridades da logística – demografia, mobilidade, meio ambiente, tecnologia, consumo e comportamento, e o perfil do novo profissional:
- Responder a velocidade dos desafios;
- Comunicação clara e objetiva;
- Lidar com adversidade;
- Autogerenciável;
- Análise de dados.
Mais um Agile Challenges de sucesso!
Um dia recheado de muito conteúdo e informações sobre o mundo da logística, e-commerce e varejo, esse foi o Agile Challenges 2021! O que tiramos de aprendizado após o evento é que a logística virou uma estratégia fundamental para as empresas, principalmente para quem busca se destacar no mercado, então é necessário dar atenção para o setor.
Com muito carinho, agradecemos a participação de todos e anunciamos que já começamos a programar a próxima edição, então fique ligado em nossas redes sociais para mais informações.
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