Você já deve ter passado por muitos veículos que possuem adesivos chamativos, com símbolos sinalizando o conteúdo de cargas perigosas sendo transportadas. Para fazer este tipo de transporte é preciso tomar alguns cuidados a fim de manter a segurança da carga, dos trabalhadores envolvidos, do meio ambiente e das demais pessoas.
Planejar a logística do transporte de cargas perigosas não é tão simples. Além dos cuidados de sinalizar os veículos, armazenar e manusear corretamente as cargas, muitos documentos são necessários para garantir toda a segurança.
A seguir, vamos saber mais sobre os tipos de cargas perigosas e os principais desafios e dificuldades da logística destes produtos, acompanhe.
O que são cargas perigosas?
Cargas perigosas são quaisquer cargas que possam provocar acidentes ou representar riscos ao meio ambiente, às instalações físicas, aos trabalhadores e quaisquer outras pessoas que possam ter contato com elas. Sejam gases comprimidos ou liquefeitos, inflamáveis, sólidos inflamáveis e semelhantes, oxidantes, conteúdos venenosos, infecciosos, radioativos, corrosivos ou poluentes.
No âmbito legal, muitas leis, regulamentos e normas tratam do transporte de produtos perigosos. A Resolução N° 420, de 12 de fevereiro de 2004 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), estabelece, para fins de transporte terrestre, nove classes de risco para produtos considerados perigosos.
Quais os tipos de cargas perigosas?
As substâncias e artigos considerados perigosos são classificados em nove classes. A ordem numérica não corresponde ao grau de risco das classes, apenas indicativo. Confira:
- Classe 1: Explosivos – aqui, divide-se em 6 subclasses, envolvendo substâncias e artigos com risco de explosão em massa, risco de projeção, de fogo, que não apresentam riscos significativos ou insensíveis.
- Classe 2: Gases – inflamáveis, não-inflamáveis, não-tóxicos e tóxicos.
- Classe 3: Líquidos inflamáveis.
- Classe 4: Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea, substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis.
- Classe 5: Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos.
- Classe 6: Substâncias tóxicas e substâncias infectantes.
- Classe 7: Material radioativo.
- Classe 8: Substâncias corrosivas.
- Classe 9: Substâncias e artigos perigosos diversos.
Desafios e dificuldades da logística com carga perigosa
A logística por si só tem inúmeros desafios, desde segurança no transporte, gastos com combustível, revisões e manutenções devido aos problemas das estradas, além de muitos outros. Mas quando o assunto são cargas perigosas, outros pontos entram em pauta. Acompanhe a seguir para saber as principais dificuldades e os desafios da logística no transporte de carga perigosa.
Locais onde não é possível transitar com cargas perigosas
Em muitos centros urbanos, o trânsito de caminhões ou veículos grandes já é complicado. Veículos transportando cargas perigosas, produtos químicos e outros, é ainda mais complexo. Muitas rodovias podem ter restrição ao seu uso conforme as autoridades responsáveis, como para paradas, cargas, descargas e estacionamento.
A Resolução nº 3665/11 estabelece que o condutor deve evitar o uso de vias em áreas densamente povoadas ou de proteção de mananciais, de reservatórios de água ou de reservas florestais e ecológicas. No âmbito municipal ou estadual, é preciso entrar em contato com os órgãos de trânsito responsáveis pelos trechos para tais informações.
Sinalização de veículos transportadores de produtos perigosos
Os veículos que transportam cargas perigosas devem estar devidamente sinalizados. Segundo a resolução da ANTT, as unidades de transporte como veículos de carga e veículos-tanque, para o transporte rodoviário, vagões, contêineres e tanques portáteis, devem conter rótulos de risco afixados na superfície exterior das unidades e dos equipamentos de transporte, advertindo o conteúdo de produtos perigosos e a presença de riscos.
Os rótulos são caracterizados principalmente por dois elementos: painel de segurança, sendo um quadrado na cor laranja, que descreve o número de risco e o código ONU (número de identificação, como se fosse um RG dos produtos perigosos, determinado pela Organização das Nações Unidas – ONU) e o rótulo de risco, sendo um losango vermelho, informando o símbolo de risco e a classe/subclasse de risco.
Cuidados com os motoristas
O curso de Condutores de Veículos Transportadores de Produtos Perigosos, conhecido como MOPP – Movimentação e Operação de Produtos Perigosos, é aprovado pelo Conselho Nacional de Trânsito – Contran e obrigatório para esse tipo de transporte através da Lei 96.044/88.
O MOPP prepara os motoristas para conduzir corretamente as cargas perigosas nas rodovias. Uma condução inapropriada eleva o risco de acidentes, incêndios ou danos às cargas. É importante que o condutor tenha conhecimento da carga que está transportando para não cometer erros e não colocar a sua vida ou a de outros em perigo.
O curso conta com duração de 40 a 60 horas, práticas e teóricas. Os assuntos abordados são legislação de trânsito, movimentação de produtos perigosos, direção defensiva, primeiros socorros, meio ambiente e cidadania.
Com validade de 5 anos (como a CNH), os motoristas com o MOPP vencido passam por uma revisão curta de 16 horas para se atualizar e renovar o curso. Os requisitos para fazer o curso MOPP é ter mais de 21 anos de idade, habilitação nas categorias B, C, D ou E, e não ter cometido nenhum tipo de infração grave ou gravíssima nos últimos 12 meses.
O Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST/SENAT) é o principal responsável por promover o curso no Brasil. É importante buscar sempre por instituições credenciadas no DETRAN do seu estado.
Más condições nas estradas
É de conhecimento geral que as estradas brasileiras não são um exemplo de bons cuidados. Muitas localidades não contam com ligação asfáltica ou possuem asfaltos cheios de buracos e pouca sinalização. É importante considerar esses fatores ao realizar o transporte de cargas perigosas, uma vez que eles podem diminuir a vida útil dos veículos e até mesmo causar acidentes.
Quando cargas perigosas são transportadas, acidentes abrangem mais do que danos na carga ou no veículo. O contato com o solo pode trazer contaminações ao meio ambiente, prejudicando flora e fauna local e as pessoas que, por algum motivo, tenham algum tipo de contato com o material.
Sendo o Brasil um país com dimensões continentais, com mais de 75 mil km de rodovias, infelizmente, as más condições das vias é um problema que não tem previsão de ser corrigido tão cedo.
As inovações tecnológicas são aliadas do transportador na hora de traçar rotas mais assertivas, que evitam estradas de chão (quando possível) e encurtam o tempo das viagens, com o uso de um roteirizador, por exemplo. Além disso, é possível marcar as zonas de restrições e os locais em que não é possível transitar, tratados anteriormente.
Documentos para transporte de produtos perigosos
As resoluções ANTT nº 3665/11 e 420/04 apresentam os documentos exigidos para a fiscalização do transporte de produtos perigosos. O Art. 22 estabelece os documentos para o condutor do veículo utilizado no transporte de produtos perigosos.
Além da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e qualificações previstas na legislação de trânsito, o condutor deve ter aprovação em cursos específicos como o de Transporte de Produtos Perigosos (TPP); documentação do veículo em dia, junto com impostos; seguro obrigatório; Certificado de Inspeção Veicular (CIV); e o Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel (CIPP).
Também é necessário documentos relacionados à carga: Requisição de Transporte (RT); documentos fiscais; ficha de emergência; declaração do expedidor de material radioativo; e Certificado de registro da Polícia Federal, quando necessário.
O transportador deve cobrar os cursos específicos para garantir a segurança no transporte e da carga. Muitos podem ser oferecidos pelo próprio empregador. É importante manter-se atualizado com as qualificações.
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