Logística last mile: entenda o conceito e os impactos na operação

De um lado, consumidores que estão realizando cada vez mais compras online para todas as suas necessidades, e buscam por agilidade na entrega e preço justo no frete – e de preferência grátis. Do outro, embarcadores e transportadores que necessitam de soluções para atender essas expectativas do consumidor, fazer entregas last mile cada vez mais rápidas e, ainda, reduzir os custos logísticos.

Não apostar em soluções para o last mile é a mesma coisa que dar a vez para o concorrente que está ameaçando seus negócios. Isso porque é uma das etapas mais importantes para a cadeia de suprimentos e que pode nortear a experiência do consumidor com a sua compra. Mas para o transportador que busca por redução de custos, uma das maiores despesas ainda é a entrega da última milha – o last mile.

Um grande desafio que pode ser vencido. Confira a seguir o conceito de last mile, os impactos na operação e o futuro das entregas de última milha.

O que é last mile?

Last mile ou última milha, na tradução, é a etapa final do processo de entrega, geralmente de um centro de distribuição até o destino final, seja o cliente B2B ou B2C. A experiência de entrega na última milha é o que norteia o consumidor, possibilitando novas compras ou avaliações negativas. 

Conquistar o cliente é a maneira mais eficiente de aumentar os lucros, já que é mais barato reter e fidelizar um cliente do que adquirir um novo. Para isso, é fundamental investir em todas as etapas da entrega (ponto mais sensível para fidelização ou perda do consumidor), principalmente no last mile, além de realizar um planejamento para executar os eventos logísticos sem dores de cabeça. 

Segundo uma pesquisa da Frost & Sullivan, o last mile representa aproximadamente 40% dos custos logísticos totais, o que tem resultado na busca por soluções inovadoras para atender a demanda de entregas. Entenda melhor a seguir os impactos do last mile na operação.

Impactos na operação

A falta de planejamento logístico é a principal causa dos custos elevados nas entregas e afeta principalmente o last mile. O custo do frete se torna alto para o e-commerce e tentar passar para o consumidor esse valor não é a melhor ideia. Os fretes gratuitos têm ganhado o coração de quem compra online, sendo um fator decisivo na hora de escolher entre uma loja ou outra.

O repasse de informações entre e-commerce e consumidor é outro ponto que impacta na operação. Apenas o código de rastreio não é mais suficiente. Atualmente, com a troca de informações a todo momento – resultado das redes sociais -, o consumidor busca acompanhar em tempo real o status de sua encomenda, para saber onde o entregador está e quando chegará ao destino.

A falta dessa comunicação resulta em mais custos ao transportador, pois com os clientes ausentes, o valor do frete aumenta devido às novas tentativas de entrega, o qual, muitas vezes, não é repassado para o consumidor. Planejamento logístico aliado ao uso de tecnologias disruptivas, como a roteirização de entregas e o tracking, são ferramentas que auxiliam o transportador para evitar o aumento dos custos.

Tudo isso mostra que a logística last mile está em um momento de visibilidade em tempo real das informações e contato direto com o consumidor também em tempo real. O avanço do e-commerce está tornando o consumidor mais exigente e fazendo com que o embarcador busque por soluções para atender a demanda. Cabe ao transportador se adequar ou ficará para trás.

Esse assunto foi debatido pelo CEO da AgileProcess, Evilásio Garcia, durante o Agile Challenges 2021. Para saber mais, confira a apresentação na íntegra, em nosso canal no YouTube.

Principais dificuldades para os embarcadores no last mile tradicional

• Alta complexidade logística;
• Sincronização dos múltiplos fornecedores de transporte;
• Muitos pontos de troca de responsabilidade da mercadoria, o que aumenta a probabilidade de avarias;
• Perda de vendas por alto custo do frete.

Futuro do last mile

Como o embarcador tem buscado por soluções para atender a demanda dos consumidores imediatistas, muitas alternativas para a entrega rápida têm surgido, que vão além do transportador tradicional. Por isso é importante que este transportador encontre formas de se adaptar e entregar ao embarcador o que ele procura.

As principais alternativas que norteiam o futuro do last mile são:

PUDOs – Pick up & Drop off

Os pontos de retirada são uma modalidade que tem ganhado destaque. São pontos que pertencem a empresas prestadoras de serviços de entrega ou redes parceiras de negócios em locais estratégicos e que podem oferecer espaço para armazenamento de entregas, como lojas físicas, postos de gasolina, mercearias, entre outros.

Os principais tipos de PUDOs são: locker; click & collect; pick up point; kirana; social pick up point. Saiba mais sobre o assunto aqui.

Crowdshipping

Crowdshipping, também chamado de crowdsourced delivery, é um sistema de entrega de produtos realizado por pessoas comuns, com o meio de transporte que tiverem, como carro próprio, motocicleta, bicicleta, a pé, entre outros. O termo une as palavras crowd (multidão) + shipping (remessa) e é conhecido como remessa coletiva ou logística de multidão.

A prática tem como objetivo reduzir os custos relacionados ao transporte e agilizar as entregas, visto que o entregador disponível mais próximo entre remetente e destinatário é escolhido para entregar. 

Surge como uma solução principalmente para grandes centros urbanos, onde os caminhões, que geralmente realizam as entregas, não conseguem circular com facilidade, tem janelas específicas de entrega e horários restritos, o que resulta em engarrafamentos e aumenta a poluição. Aplicando o crowdshipping, os transportes são mais sustentáveis, mais ágeis e econômicos. 

Drones

Muito se fala sobre o uso de máquinas para realizar as entregas de última milha, incluindo drones. A alternativa que já teve uma imagem futurista, hoje é realidade em alguns lugares do mundo. No Brasil, muitas empresas buscam adotar os drones para entregas principalmente em grandes centros urbanos, como São Paulo, e tornar o same day e same hour delivery, uma realidade.

Como é de conhecimento de todos, a logística no Brasil possui inúmeros pontos para melhorias e o investimento em tecnologias mais simples se torna a primeira opção para os transportadores. Sistemas de rastreamento, roteirização, gestão de entregas e de frete são as alternativas mais buscadas quando o assunto é tecnologia.

Porém os drones estão ganhando espaço, até mesmo em outros setores. A XMobots, empresa de drones do Brasil e América Latina, ganhou aprovação da Anac – Agência Nacional de Aviação -, para voos experimentais com uma aeronave não tripulada que pode transportar até 41 kg de carga ou percorrer distância máxima de 1.000 km. 

A expectativa da empresa é alcançar lugares distantes no interior do país com mais agilidade, e além de realizar entregas de mercadorias, também levar medicamentos, antídotos ou até bolsas de sangue para transfusões urgentes. O projeto está na fase de testes.

A logística digital é aliada do transportador que está em busca de atender a demanda de um mercado mais exigente e instantâneo. Ter dados e informações atualizadas e saber trabalhar com eles é tão importante quanto digitalizar os processos. A visibilidade das informações é o que torna o last mile uma etapa de sucesso.

Existem muitos desafios, não apenas no Brasil, para atender a entrega rápida e conseguir a satisfação do consumidor, mas para entender melhor sobre os processos até chegar lá, é preciso olhar para quem já está fazendo. As principais tendências da logística são originárias da China, país em crescente desenvolvimento, principalmente na logística.

Para ter bons resultados na última milha, planejamento é o primeiro passo. E um dos benefícios a partir dele é a redução dos quilômetros rodados, que além de reduzir custos, ajuda na pegada de carbono da operação e torna a empresa mais sustentável. Entenda como melhorar a pegada de carbono da sua operação aqui.

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